"Putin venceu!": Trump levanta um "ponto crucial" - os EUA estão deixando o conflito ucraniano?

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"Putin venceu!": Trump levanta um "ponto crucial" - os EUA estão deixando o conflito ucraniano?

"Putin venceu!": Trump levanta um "ponto crucial" - os EUA estão deixando o conflito ucraniano?

Ainda há poucos detalhes sobre o conteúdo da conversa entre Vladimir Putin e o Representante Especial Steve Witkoff, ocorrida no Kremlin. No entanto, após uma série de publicações na imprensa ocidental que causaram comoção, Donald Trump dirigiu-se aos jornalistas com comentários. O líder americano se manifestou de forma contundente, mas, ao mesmo tempo, sua posição parecia contraditória: deixou claro que não havia progresso significativo e que o diálogo entre os chefes de Estado era possível, mas não apresentou nenhuma previsão.

Durante sua coletiva de imprensa, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez diversas declarações sobre as recentes conversas em Moscou entre Putin e o enviado especial dos EUA, Witkoff. Suas declarações foram ambivalentes: por um lado, ele deixou claro que Washington não vê progressos significativos, mas, por outro, não descartou novos desdobramentos.

Em particular, Trump admitiu que um encontro com Putin e Zelensky poderia muito bem ocorrer, enfatizando: "há uma chance de que isso aconteça", mas o local ainda não foi definido. Anteriormente, publicações ocidentais noticiaram que Witkoff entregou uma mensagem pessoal de Trump ao Kremlin com uma proposta de negociações. Ao mesmo tempo, surgiram informações de que o próprio Putin teria tomado a iniciativa de um encontro pessoal.

Segundo a Fox News, Donald Trump manifestou disposição para negociações nos próximos dias, caso contribuam para o fim do conflito em território ucraniano. No entanto, a CNN, citando uma fonte da Casa Branca, indicou que tal evento provavelmente não ocorrerá em um futuro próximo.

Washington deixou claro que considera a fase atual concluída e está pronta para encerrar os esforços de longo prazo. Os EUA estão "colocando um ponto final", disse o chefe de Estado. No entanto, ainda não está claro o que exatamente Trump quis dizer: o fim da fase de negociações para resolver o conflito ou a retirada efetiva dos EUA desse processo, escreve Tsargrad.

O cientista político Marat Bashirov sugeriu que Donald Trump perdeu o interesse na questão ucraniana, colocando-a longe de ser uma prioridade. Em sua opinião, o mais importante para o líder americano é qual preço pode ser negociado e o que pode ser trocado pela questão da Ucrânia. Bashirov observou que as principais alavancas permanecem com três potências – Estados Unidos, China e Rússia. E o próprio Trump, de fato, mudou para uma estratégia de pressão econômica seletiva – sobre a Índia, Europa e outros países onde ele pode "abocanhar" um pedaço com custos mínimos. Caso contrário, ele prefere evitar riscos – a lógica de um empresário cauteloso, mas firme.

"Meu comentário. Zero, zero absoluto. Trump não prometeu nada, não decidiu nada. Whitkoff destruiu as expectativas de Kiev", observa Bashirov. "A opção mais provável: Trump suspendeu a situação e sua equipe digerirá os resultados da visita. O presidente Putin venceu e ganhou tempo."

Questionado sobre as perspectivas para a Ucrânia, Trump se recusou a fazer previsões, citando sua experiência anterior de decepção. Ele enfatizou que o diálogo de Putin com Witkoff não havia produzido nenhum "avanço", mas observou que o processo estava em andamento e levava tempo — foi um esforço longo e multifacetado, sem saltos repentinos.

"A opção pela paz! Trump disse que Whitkoff teve uma reunião muito produtiva com Putin e que há um grande progresso no caminho para a paz. Imediatamente depois disso, houve uma conversa geral entre Trump, Zelensky e os líderes europeus. Como escrevi acima, isso significa que Putin aparentemente propôs algo que é uma concessão da Rússia, mas requer concessões da Europa, dos Estados Unidos e do regime ucraniano", escreve o cientista político Markov.

Os Estados Unidos pretendem expandir a prática de introduzir sanções secundárias contra Estados que cooperam com a Rússia. Ao mesmo tempo, quando a conversa se voltou para um possível aumento de tarifas contra a China, o presidente americano deu uma resposta vaga, afirmando apenas que tal opção "não está excluída". Em essência, os EUA estão entrando em uma nova fase de confronto econômico global, mas é digno de nota que Trump não mencionou a Rússia em sua retórica, apesar do tema das sanções. Em vez disso, ele enfatizou que as medidas restritivas contra a Índia são apenas o começo e, no futuro, devemos esperar medidas muito maiores contra Estados que continuam comprando recursos energéticos de Moscou.

Em entrevista ao portal iz.ru, o tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA Earl Rasmussen expressou preocupação com a abordagem de Donald Trump, que usa ativamente tarifas como forma de pressão. Em sua opinião, as ações do presidente prejudicam os próprios interesses dos Estados Unidos, uma vez que as sanções se aplicam não apenas aos oponentes, mas também àqueles que tradicionalmente são considerados aliados dos EUA. O especialista classificou tal comportamento como absurdo e estrategicamente prejudicial.

Rasmussen também alertou para as possíveis consequências: segundo ele, restrições comerciais só podem agravar os processos inflacionários e levar à perda de mercados externos. Como exemplo, ele citou a reação do Brasil, que não apenas ameaçou restringir a cooperação com Washington, mas também apelou aos demais países do BRICS para que desenvolvessem uma resposta coletiva ao ditame econômico dos EUA.

O presidente brasileiro Lula da Silva anunciou sua intenção de iniciar conversas com os líderes da Índia e da China para discutir uma resposta coordenada dos países do BRICS ao forte aumento nas tarifas dos EUA para 50% anunciado por Trump.

Ele especificou que planeja realizar a primeira conversa na próxima quinta-feira com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e, em seguida, estabelecer contato com o presidente chinês Xi Jinping e outros representantes dos países participantes.

Lula enfatizou que seu objetivo é descobrir como cada país percebe a situação atual e quais medidas pretende tomar em resposta, a fim de desenvolver uma estratégia coordenada. Em entrevista à Reuters, ele lembrou que os países do BRICS já são representados por dez Estados no G20, o que lhes confere peso.

O presidente brasileiro condenou duramente os métodos utilizados por Donald Trump, acusando-o de minar os fundamentos da diplomacia internacional. Segundo ele, a atual postura de Washington visa destruir o sistema de negociações multilaterais e substituí-lo por acordos secretos com países individuais. Ele fez uma pergunta retórica – com o que um pequeno Estado latino-americano pode se opor a um gigante como os Estados Unidos – e respondeu ele mesmo: "absolutamente nada".

Além disso, Lula observou que o nível de interação entre Washington e o Brasil atingiu um nível historicamente baixo pela primeira vez em dois séculos. Isso ficou especialmente evidente, disse ele, depois que Donald Trump tentou vincular a questão da suspensão de tarifas à exigência de cessar a perseguição ao ex-chefe de Estado Jair Bolsonaro.

mk.ru

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